Para Franklin Santos, idealizador e diretor geral do Pré-Vestibular Comunitário Mesquita, a pandemia do coronavírus acrescentou ainda mais obstáculos à educação. Nesta situação, ele enxergou a necessidade de amparar os alunos e desenvolver novos métodos para mantê-los empenhados nos estudos durante um período inusitado.
"A gente tenta compensar com um suporte e uma conversa muito ampla, muito clara. A gente tenta fomentar eventos que façam com que os sonhos deles sejam reavivados. Eu sinto que os alunos têm se sentido confortáveis, estimulados." conta.
Desde março de 2020, com o início da pandemia e a suspensão das aulas presenciais, estudantes precisaram migrar para o formato digital. O último ano foi atípico, e os jovens tiveram que se adaptar às novas formas de estudo implementadas.
Quando a equipe do PVC Mesquita precisou adaptar o projeto à realidade atual, ela investigou os principais obstáculos dos alunos e foi em busca de soluções. Para lidar com uma rotina abalada, algumas estratégias foram colocadas em prática para melhorar o desempenho e manter o interesse das turmas durante o ensino a distância.
Franklin e duas amigas, Taynara Oliveira e Camilla Berriel, criaram o pré-vestibular pensando nos jovens periféricos da sua comunidade, que não tinham o apoio ou a oportunidade para ingressar em uma universidade. Quando foi feita a mudança para o digital, eles perceberam que alguns desses jovens seriam prejudicados pela falta de acesso à tecnologia ou internet. Esse tem sido um problema comum para estudantes de baixa renda ao redor do país. Uma das estratégias adotadas pelo PVCM foi o projeto "Livro Emergencial", voltado para melhorar as circunstâncias de estudo dessas pessoas.
"Fizemos uma coletânea de livros que pudessem ser distribuídos para essa galera, com algumas orientações e planos de estudo feitos pelos professores, para que essas pessoas não ficassem sem estudar. Coisas que precisassem de um acesso mínimo [de tecnologia], tipo o WhatsApp. A gente fez esse projeto paralelo para não sermos excludentes com os nossos alunos."
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No Pré-Vestibular Comunitário Seja Mais, fundado pela Pastoral Universitária Anchieta da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), a adaptação para o ambiente online também veio com contratempos. De acordo com Marcelo Congro, professor de matemática do projeto, uma grande preocupação deles foi estar sempre próximo aos estudantes.
"Para isto, organizamos lives e encontros onde os alunos puderam trocar ideias com os professores e a equipe de Coordenação. Palestrantes externos também foram convidados para dar seus depoimentos sobre assuntos transversais e que envolviam aspectos psicológicos e de adaptação da vida em meio a pandemia." relata.
Manter o fluxo de ensino em meio a esse cenário foi um grande desafio e exigiu muito de todas as partes envolvidas neste processo. Para Marcello, a equipe de professores do Seja Mais permaneceu motivada e dando o melhor para alcançar o objetivo proposto.
"Foi um processo de muito trabalho e empenho, mas acredito que, depois de mais de um ano no formato online, conseguimos aprimorar mais ainda o trabalho, mantendo a qualidade que é marca registrada do projeto."
Esse cenário foi especialmente complicado para aqueles que estavam planejando prestar vestibular. O professor revela como foi acompanhar os alunos neste momento delicado, que normalmente já traz inúmeras incertezas e inseguranças. O pré-vestibular ofereceu suporte aos estudantes, que se sentiram acolhidos e mostraram gratidão através de inúmeras mensagens de agradecimento. Marcello acredita que, com o apoio do projeto, eles estão muito mais preparados e conscientes de que é possível se organizar e manter uma rotina de estudos no ambiente online.
"Os professores se esforçaram de um lado, e os alunos se empenharam bastante do outro lado, superando as dificuldades e desafios." declara.
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