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DISPARO DA DESINFORMAÇÃO DURANTE A PANDEMIA AMEAÇA O TRABALHO DE JORNALISTAS E A SAÚDE PÚBLICA

Redes sociais retiraram mais de 18 milhões de notícias falsas sobre a Covid-19 desde março de 2020



Reprodução/Facebook.

Pesquisadores do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH), organização norte-americana que monitora a indústria antivacina, descobriram que aproximadamente dois terços de 812 mil postagens do Facebook e do Twitter analisadas foram publicados pela “Dúzia da Desinformação”, nome dado ao conjunto de 12 perfis de ativistas antivacinas que têm feito barulho nas mídias sociais.


Nos últimos meses, o Facebook divulgou que, desde março de 2020 até abril deste ano, a rede social e o Instagram retiraram das plataformas mais de 18 milhões de conteúdos. O motivo foi a violação das políticas de desinformação e danos relacionados ao coronavírus.


As notícias falsas se tornaram um obstáculo para os jornalistas. Nathália Afonso, repórter na Agência Lupa, comenta que o trabalho do fact-checking é complicado, pois é visto com muita desconfiança. Ela destaca que para desvendar uma notícia falsa e criar um relacionamento de confiança com leitor, é importante trabalhar a desinformação por meio de ondas, observando o que está sendo dito por terceiros e autoridades e entender se o conteúdo está sendo reverberado nas redes.


Em detalhes, Nathália revela que foi preciso adaptar a rotina da Lupa para entregar um conteúdo de qualidade.


“O que a gente vê é que houve um grande aumento de boatos durante a pandemia. Se antes do coronavírus a nossa equipe verificava em média dois boatos por dia, hoje em dia a gente está verificando cinco ou seis. Com essa mudança, foi necessário aumentarmos a nossa equipe. No início de 2020, tínhamos três repórteres, agora estamos com cinco repórteres e mais outras pessoas que contratamos.”


Filipe Brasil, jornalista no G1, conta que o portal intensificou o processo de checagem de notícias, assim como reforçou o compromisso em compartilhar informações para a segurança da saúde pública. Brasil afirma que o veículo busca destacar a legitimidade no processo de vacinação e a necessidade do distanciamento social.


“Nós últimos meses, o nosso cuidado aumentou. Buscamos sempre confirmar as informações com fontes que estão ali próximas e, normalmente, com fontes oficiais que podem dar certeza. A nossa forma principal de ação é informar às pessoas com o que temos de mais apurado. Temos a preocupação de ir à fonte certa para não entregar a notícia errada.”


Com exclusividade, a Comunicação da Prefeitura do Rio disponibilizou um ranking apresentando onde ocorre o maior impacto das fake news no município. Em primeiro lugar, o estudo aponta os calendários falsos de vacinação compartilhados por meio do Whatsapp; em segundo, a divulgação do fechamento de centenas de leitos de UTI no Rio e desvios na verba de hospitais de campanha; e por último, a afirmação de que o prefeito defende a concessionária e é a favor do aumento do pedágio.


Para se prevenir das notícias falsas e identificar uma informação suspeita, Sérgio Lüdtke, jornalista e especialista na verificação de conteúdo falso na web, selecionou cinco fatores durante entrevista ao portal NSC Total.

  1. A desinformação sempre segue a agenda pública;

  2. O conteúdo tem uma parte verídica;

  3. É comum a presença de chamadas para algum tipo de ação, como “compartilhe rápido”, “passe isso adiante”;

  4. Normalmente a fonte é desconhecida;

  5. O material apela para a emoção.

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